Só pra o meu consumo

Com a correria do mundo moderno, as pessoas têm menos tempo para observar o que acontece ao seu redor. A contemplação tornou–se apenas uma palavra bonita do dicionário e totalmente distante da realidade. Neste contexto, a Filosofia, que já era complicada para a maioria, ficou indecifrável. Gente de todas as idades continuam a encontrar dificuldade para enxergar nexo em tudo que não seja no TER. O consumismo tomou conta da população de um modo geral e isso me deixa cada vez mais triste. Sempre que encontro um amigo pergunto: Como estas? A resposta é sempre a mesma: Correndo.
Ai me pergunto, para onde?? Para onde e para que tanto corremos??
Vejo infelizmente familias se desfazendo, amigos se perdendo, amores indo ao léo... tudo por causa do tempo ou da correria. Ai novamente a indagação: O que estamos fazendo com nossas vidas? Porque o TER é tão mais importante que o SER?? Porque preferimos fircar trabalhando em estar com nossa familia ou amigos?
Creio que esta na hora de rever-mos nossos conceitos, ou.... ou sei lá onde vamos parar.
Agora você, caro leitor, deve estar se perguntando: o que isso tudo tem a ver com música?
Pois lhes respondo.
Foi ouvindo uma canção, numa noite de triste solidão, com amigos longe e meu amor distante, que me fizeram repensar em várias coisas na minha vida e gostaria de dividir isso com vocês.
A canção "Pra o meu consumo" com a letra do fantástico Gujo Teixeira e música e interpretação do não menos fabuloso Luiz Marenco é um retrato da vida que seria a ideal. Será que um dia chegaremos lá?? Vejam a letra e ouçam essa melodia maravilhosa, se deliciem com esta obra de arte músicada e sugiro que reflitam sobre o tema.

Pra o Meu Consumo
Luiz Marenco

Têm coisas que tem seu valor
Avaliado em quilates,
Em cifras e fins
E outras não têm o apreço
Nem pagam o preço que valem pra mim
Tenho uma velha saudade
Que levo comigo por ser companheira
E que aos olhos dos outros
Parecem desgostos por ser tão caseira
Não deixo as coisas que eu gosto
Perdidas aos olhos de quem procurar
Mas olho o mundo na volta
Achando outra coisa que eu possa gostar
Tenho amigos que o tempo
Por ser indelével, jamais separou
E ao mesmo tempo revejo
As marcas de ausência que ele me deixou..
Carrego nas costas meu mundo
E junto umas coisas que me fazem bem
Fazendo da minha janela
Imenso horizonte, como me convém
Daz vozes dos outros eu levo a palavra
Dos sonhos dos outros eu tiro a razão
Dos olhos dos outros eu vejo os meus erros
Das tantas saudades eu guardo a paixão
Sempre que eu quero, revejo meus dias
E as coisas que eu posso, eu mudo ou arrumo
Mas deixo bem quietas as boas lembranças
Vidinha que é minha, só pra o meu consumo...




Abraços,
Rafa.


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